terça-feira, outubro 30, 2012

Devaneios parte XXXIX


O que eu faço pode fazer você não me amar mais. Mas o que eu faço não faze eu deixar de te amar.
Eu não quero saber o que você vai fazer. Eu só sei o que eu estou fazendo.
Sinto sua falta, mas sei que não viveria momentos tão bons por seu impedimento.
É mais do que físico. A impossibilidade é tão grande que é como se você não fizesse mais parte desse mundo.
Eu só achei que apesar de tudo a gente pudesse sobreviver juntos. Você viu que não e eu não quis acreditar.
Passa a raiva e só sobra o vazio. A dor. A tentativa de compreensão. A falta...
Deus sabe o que faz. E é por isso que eu sigo.
Eu não posso mais te machucar. E isso me traz uma espécie de paz. 
E é sempre assim. Quando meu coração acalma. Quando meus pensamentos mudam. Quando minha mente descansa... que você surge e leva minha paz. 
Fico esperando você chegar de surpresa. Eu gosto de ser surpreendida. Nunca fui. Fico horas imaginando o que nunca vai acontecer. Horas imaginando o que poderia ter acontecido. Perdendo um tempo eterno pensando que poderia ter sido ótimo, mas não vai ser. Eu misturo passado, presente, futuro. Eu não consigo ajeitar mais as coisas na minha cabeça. Eu transformo em palavras mas elas juntas não tem sentido nenhum. Eu penso que a dor que antes era tão aguda estar passando e eu não quero me desprender dessa dor. O interfone toca. O carro estaciona. O telefone toca. O celular vibra. Nunca é você. Eu me sinto esquecida. E totalmente sem razão. Tudo o que falei pra você foi vomitado e eu não conseguia entender o que dizia, não fazia sentido eu estar falando tudo aquilo. Desculpa. Nada parece mais importar a não ser meu sentimento por você. Meu sofrimento por você.
As horas passam e você não liga. A noite passa e você não vem.
Meu choro agora é da tristeza de não sentir mais nada. E não por estar anestesiada. Por ter passado o turbilhão.
Eu continuo fazendo tudo errado. Fazendo as coisas por impulso. Querendo voltar no que disse depois. Tentando corrigir o incorrigível. Antes eu só me machucasse. Mas não sou só eu que estou envolvida.

Eu sinto a falta da tua presença. Pois mesmo não estando ali, estava me acompanhando. Eu sinto da sua paciência de dizer tudo bem, vai passar. Eu sinto falta do corpo. Do teu cheiro. Da tua testa. Do teu sexo. Dos teus beijos. Do seu olhar. Eu sinto falta das coisas que você só fazia pra mim. Daquilo que só você é. E que só você vai ser. Eu sinto falta da preocupação que você tinha por mim. Das sms de oi, tudo bem? Eu sinto falta do tempo que a gente passou junto. Dos abraços. De poder dizer eu te amo quando eu quisesse. De poder ouvir eu te amo. Aí fica tudo assim. Essa situação mal acabada. Eu quero explicar o inexplicável. Tentando entender o que já foi prescrito. Me automutilando. Desencontrando razões por a gente estar assim: fora da vida do outro. É ilusão acreditar que eu fui sua e você foi meu. Mas eu não tenho direito de entrar na tua vida. Aí fica tudo assim. Eu sentindo o que não quero sentir. O tempo passando, eu seguindo minha vida... e esse buraco que eu quero que fique sempre aberto. Por que ninguém é substituível. Estou entrando naquela paronóia que eu cuidei tanto pra não entrar. 




“Mas você levou meu coração, então só me resta a maldade, a bondade contrariada, que sempre me faz recorrer ao lugar comum de escrever um texto.” 
Tati Bernardi

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