sexta-feira, setembro 19, 2008

Obsoleto - minhas idéais fora do tempo real

Aí gelei. Sabe né, quando formatam teu computador e tu não acha na hora tuas coisas tu morre. Tipo, lágrimas descem dos olhos, ou tu mantem a calma e continua procurando ou tu começa a gritar: 'MÃÃÃÃÃE, AQUELES #$$%** DELETARAM MINHAS COISAS, EU VO PROCES...' Mas tava tudo aí, ainda bem, se não eu ia processar os caras e... bom.

Textos que estão obsoletos.
Texto I:
Nãnãninanão. Que nem a Hebe fala e eu odeeeeeeeeio quando aquela mulher faz isso. Mas olha aqui to de saco cheio de relacionamentos. Qualquer tipo de relação. A de amizade, a de mãe/filha, a de rolo, a de ex-qualquer coisa, a de professor/aluno, a de meioconhecido. De saco cheeeeio. Eu sou muito legal. Mas com o tempo eu me torno chata e possessiva. Olha aqui eu não vo te dá oi. Desiste, eu mal te conheço e apesar de te ver todos os dias, eu só conversei contigo duas vezes e tu já quer um oi meu. Nãnãninanão. Não quero intimidade, não quero mais nada. Eu moro na frente da casa dos meus tios e eu não do oi nem pros meu primos, outros parentes nunca me olharam na cara, se olharam foi de esguelha pra falar mal da minha família. Ah, chega, não agrado mais a ninguém. Só a mim MESMA. Eu, eu e EU.

Texto II:
No maravilhoso tédio do filme ‘O paciente inglês’ eu resolvi que ia pintar as unhas de vermelho. E que eu também deveria pedalar na bicicleta(que diga-se de passagem já está na sala de tanto preguiça que ela me causa só de olhar). Sentei na bicicleta, abri o esmalte, apertei no play, comecei a pedalar, a pintar as unhas e ler as legendas do filme. Ótimo, sendo que eu pintei até o pulso de vermelho e pinguei esmalte no pijama. Mas consegui fazer todas as três coisas ao mesmo tempo.

Texto III:
Outro dia, passando os canais minha mãe pára no sbt e dá a propaganda das chiquititas.
-Aaah, ainda passa? Não sabiaa.. ela comenta e deixa pra assistir um pouco. Naquele momento tinha uma menina e um menino na tela, aí a tal menina fala:
-Olha esses cadernos que a ‘tia’ me deu. È um pra mim e um para você. Assim, durante o dia eu e você escrevemos o que se passou e depois se trocamos.
-E você vai perdoar os meus erros de ortografia?
-E você vai perdoar um borrado por causa de uma lágrima?
Aí eles se beijam. Na boca. E eles tinham uns... 9 anos. Pasme, no tempo em que eu assistia chiquititas não tinha essa história de beijo na boca e nem essas coisa melodramática de lágrima e erro de ortografia.

Texto IV:
Eu sinto raiva, raiva mesmo dessa gente que não se mexe. Que não faz nada além de ocupar espaço, que não faz esforço nem pra pensar e abre a boca pra falar nada que preste. A velha história de perder a oportunidade de ficar calado. Não se motivam a aprender coisas mesquinhas, como abrir um anel de um chaveiro, descobrir aonde é o play do dvd, perguntando por outras e esperando que a resposta caia em suas mãos, que as outras pessoas façam por eles em vez de ir em buscar, futricar, descobrir explorara. Não aturo essa gente que se acomoda e se sente incomodado com os avanços alheios. É o não tentar que me irrita, uns bons sacolejos pra acordarem. Pra enxergarem o óbvio, terem um pouco de desconfiometro.

Texto V:
Faz algum tempo, assisti ‘O caçador de pipas’. Não vou falar sobre a possível mensagem de amizade fiel e lealdade que o filme traz ou sobre a horrível situação do Oriente Médio.
Na cena do campeonato de empinar pipas, percebi que eu nunca tinha empinado uma pipa. Talvez tenha tentado num dia sem vento e me frustrado, sem nunca mais tentar. Nunca toquei numa de verdade, nem nunca enrolei o dedo no carretel, não faço a mínima idéia de como se faz a pipa ir pro céu e ser levada pelo vento dando voltas e rodopios. Eu não sei empinar pipa. Que triste meu fim.
Eu tava lendo o livro (The kite runner – Khaled Hosseini) e dá pra perceber profundamente as situações que se passam, mais do que no filme. Como diz a Nathi ‘no livro tu lê os pensamentos do personagem e no filme fica tudo mudo, não tem.’

Texto VI:
Sábado de manhã enquanto eu lavava a louça do café, minha vó, minha mãe e minha irmã estavam conversando na cozinha. Como eu sempre faço, primeiro lava os talheres e copos e depois os pratos e etc. Peguei um copinho de Nutella da minha coleção de três, agora dois, e me virei para fazer algum comentário quando o copo escorrega da minha mão. Neste momento minha irmã, a Thuane, que estava ao meu lado, observou comigo o copo caindo no chão. Ele bate com o fundo no chão vira e espatifa-se. Por uma momento achei que ele não iria quebrar.
-Anta, olha o que tu fez, viu, viu! Olha eu sempre falo... – grita a Thuane e começa a me xingar.
Começa-se uma discussão.
-Sim! Fui eu que quebrei e vai se tu que vai limpar, anta! – berro ainda mais alto.
-Mas não vou mesmo! – responde resmungando e me xingando ao mesmo tempo.
Eu, muito ofendida ataco também. Minha mãe vendo que aquilo não ia acabar logo fala pra Thuane que era pra ela baixar a bolinha e não sei mais o que lá.
-E vai buscar a vassoura pra limpar o copo!
-Aaaah, eu sabia, sabia! – responde. Mas vai.
Minha vó que até agora não tinha aberto a boca fala:
-Sabe, vi num programa de TV esses dias que quando se quebra alguma coisa, assim, se quebra um encanto dentro da casa.
Todas olham atentamente pra ela.
-É, sério.
-Hm... – falo eu.
Aí eu pensei: o quê minha irmã tinha que reclamar que eu quebrei um copo? Tá, ela teve que limpar, mas quando ela quebra as coisas eu rio da cara dela, não fico xingando ela. Uma vez, quando a gente era menor nós alugamos uma casa de veraneio em Cidreira – RS e a Thuane conseguiu quebrar um copo de um conjunto de seis copos, e minha mãe teve que andar a cidade inteira pra comprar outro conjunto igual aquele (tá, o copo era tri vagabundo, se encontrava em qualquer boteco) e a gente teve que trazer os outros cinco copos na mala. E a história do encanto que se quebra, que que é isso? Não mudou nada, até agora.
*
Eu odeio fazer isso. Tem um monte de textos gravados no computador. E ter que colocar eles no blog é um saco, porque cada vez que eu pego eles eu tento mudar alguma coisa e vejo que eles são uma merda. A única coisa que me faz fazer isso é a de querer ter gravado meus pensamentos de um determinado tempo em algum lugar. Tudo vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário