domingo, janeiro 04, 2009

Tempo, tempo, tempo

Mais cem vezes
Às vezes quando eu escrevo meu nome em algum papel me dá vontade de escrevê-lo umas cem vezes. Cada vez sai diferente. Então eu penso como vai ser quando eu tiver que assinar os boletins de meus filhos. As professoras irão achar que eles falsificam as assinaturas. Mas explicar como que a mãe deles ao consegue manter nem a assinatura num padrão?

Face verdadeira
Eu não sou aquilo que vocês vêem todo dia. Eu sou aquilo que está nas fotos. Lá está meu verdadeiro eu. Aquilo que é todo dia é uma farsa. É só mais uma versão. Que ajo pensando antes. Que olho com tristeza para os outros. Nas fotografias não. Tenho um olhar bonito. É o que eu realmente gosto, sem pensar só num clique.

Pensamentos enrolados
A Nathi disse que gosta do que eu escrevo. Que é interessante e às vezes engraçado. Ela só não gosta quando eu enrolo demais. Porque ela se perde nas linhas. Desculpe-me, mas eu não sei quando eu enrolo, eu simplesmente escrevo o que eu penso. Concluo que meus pensamentos são enrolados. E quem se perde nas minhas linhas sou eu.

O que você espera quando desfaz um laço?
Eu queria uma tatuagem. Era fato, eu ia fazer de qualquer jeito. Mas o quê? O que desenhar para sempre? Um laço. Simples. Laços não são nós. Laços desatam quando se quer. Laços se fecham quando se quer. Laços para mim sempre fecham ou abrem coisas boas e representam certa delicadeza, talvez até inocente. O que você espera quando abre um laço? Pronto, feito.

Enjôo e não permaneço
Enjôo fácil. Mudo tudo de posição. Paro de comer aquilo por algum tempo. Deixo de fazer certas coisas. Troco hábitos. Não ouço mais aquelas músicas. Vou por outro caminho. Pinto as unhas de cores diferentes. Só não troco pessoas. Aquelas que me fizeram enjoar são aquelas realmente especiais. As que por algum motivo eu abri espaço na minha vida. Me desculpem que se por um surto de enjôo eu expurguei vocês de minha vida de uma forma tão arrogante, pensando que não precisaria mais da amizade que me ofereceram. Sei que agora já não posso mais ter ela. Quem sabe? Eu continuarei admirar as suas qualidades, mesmo que distante.

Nostalgia
Aquilo não era bem uma amizade. Tá, a gente se gostava, vivia pra cima e pra baixo, não se desgrudava, onde tinha uma, tinha as outras também. Mas me parecia algo superficial. Em que a verdadeira amizade não existia entre nós todas. E sim em de duas a duas. Em que as afinidades se tornavam grandes demais e que não havia espaço pra nenhuma mais além da dupla. Não nego que eu voltava feliz pra casa depois de passar um tempo com vocês. Mas faltava, algo. Talvez sobrasse. Quando vi as fotos simplesmente eu senti algo que nunca tinha em relação a vocês. Nem sei bem direito explicar, mas é alguma coisa boa. Eu gostei de viver aqueles momentos, de reviver as fotos. E eu não quero parar pra pensar porque tudo acabou, porque no fundo eu sei o porquê. Eu sempre preferi diferente, como está agora. Tantas coisas mudaram, mas tantas coisas que eram convenientes mudar, ficaram iguais. Teimas, olhares e principalmente uma maldita boquinha, que não sabe ficar fechada e sempre estraga tudo. Graças a deus não é a minha. Poderia se repetir, mas não. Chega. Foi bom, mas o tempo acabou.

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