Tu te esparramas demais, Bruna. – diz minha mãe. Pois é. Onde há espaço livre tem alguma coisa minha. E quando eu saio, hmm, elas continuam lá. A mim não incomoda. Exceto quando procuro e não acho. E isso sempre acontece. Até porque o que eu tenho de bagulho guardado. Mas eu sempre faço limpeza. A única coisa que eu me arrependo de ter jogado fora até hoje foi uma latinha de NS2. Lembram daquela cerveja? Eu nem sei quantos anos eu tinha, mas como era bonitinha a latinha, minha mãe comprou uma pra mim. Que troço horrível. Deus. Mas eu guardei a latinha por uns três anos. E depois joguei fora. E agora me arrependo. Quando eu morar sozinha minha casa terá muitas e muitas estantes. Não porque eu gosto de tirar pó. Tem gente que coleciona moedas e selos. Pois eu coleciono etiquetas. Fotos. Catálogos de moda. Revistas. Cartas. E mais um monte de coisa sem padrão. Que eu só guardo. Que nem minha amiga: ela tem uma tampa de margarina guardada. Minha outra amiga tem coleção de embalagem de perfumes (e perfumes, consequentemente). E sei lá, eu gosto de ter bastantes coisas. São sem muita importância, assim, visto de longe. Mas são só minhas, minhas e minhas coisas.
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