Era isso; passou a ser: nada

Eu nem mesmo consigo escrever um texto de mais de três linhas. Eu continuo pensando, e sei lá, está tudo igual. Ninguém quer ler sobre o igual do outro. Ninguém suporta isso. As teclas estão aqui me chamando. Mas e aí? Tudo isso fica sempre dando voltas no mesmo lugar. Ler isso e não ler nada é o mesmo. Minha redundância me mata. E aqui, lendo minha gloriosa Tati, chego ao ponto que me incomoda. Não sei por que me incomoda. Tenho certo uma coisa, não sou apaixonada por ti, nem te amo. Posso ter gostado de estar na tua companhia, das [merdas] coisas que tu me falavas [e eu acreditava], mas foi só isso. Terminou. Pisquei os olhos. Mas me irrita essa situação. Me irrita, porque [acho] algumas atitudes que tu tens são para me atingir. Sério, isso é criancice. Consigo ver todos os teus defeitos, e se eu contar nos dedos ganham das qualidades. Consigo te fazer menor que uma poeirinha mas mesmo assim me irrito com tua presença. Um desabafo pode me ajudar. Talvez minha repugnância passe. Viu, agora além de irritação tem repúdio. E raiva. Tu falas tanto, tu já falaste tanto. Falavas o que eu queria ouvir. Fale agora o que tu pensas. E não use mais palavras bonitas como ‘estrelas’, ‘abraços’, ‘cuidar’ e nada que me agrade. Isso falha comigo. O teu super-heroísmo é ridículo para mim. Outra talvez caia. E há, como há outras. Se eu pudesse usar minha força física. Mas a ridícula seria eu. Oh pobre infame que se recusa a aceitar uma rejeição. Ok, eu aceito. E compreendo [mas só se for isso]. Eu posso ter o olhar de assassina, mas não sou. No máximo louca. Ninguém quer tão profundo a ponto de entender a loucura do outro. Raiva mesmo de mim, talvez. Me expondo de mais, de novo. Raiva de ter sido submissa. Pois bem. Em falar o quanto é difícil manter um relacionamento, que eu odiaria namorar e que eu nunca vou casar se torna concreto. Sou insuportável. Hei de encontrar alguém pior do que eu, e assim seremos felizes. [Eu já tinha resolvido comigo, nos poucos e breves dias em que levemente me preocupei com isso, que ele não havia me ligado pelo mesmo motivo que levaram todos os homens que não me ligaram a não me ligar: com tanta mulher no mundo, pra que repetir a mesma? Melhor: com tanta mulher maravilhosa no mundo, pra que repetir a mesma bonitinha?]