sexta-feira, novembro 20, 2009

Devaneios alongados parte I

Passou de três linhas e meia, é um devaneio alongado. Gente retardada é assim mesmo, acostumem-se.
Eu queria te prender numa caixinha. Bem enfeitada. Hihi. E eu te olhasse e tu me olhasse. E que eu te deixasse lá. Bem pouquinho tempo. O suficiente pra ti me fazer feliz. Só eu tu. Numa paz que nos elevassem no nível mais superior de todos, o inatingível. Que eu fizesse tu só me querer. E nada mais te daria satisfação sem mim. E nada mais teria o mesmo gosto sem mim. Nada teria o mesmo gosto que eu. E tu esqueceria de todos quando estaria comigo. E eu só daria meu amor a ti. Incondicional. E é tão bonito isso. Mas é só bonito, nem possível. Até porque nem mesma eu conseguiria com tanta melação. Gente desvairada não tem nexo. Já aprendeu? Então não insiste na minha loucura.
“-Faz quanto tempo?
-Nossa, quase um ano.
-E tem algum significado pra ti?
-Sim.. blábláblá, e fecha coisas boas (...)
-Então tu é uma coisa boa!
Vindo de quem veio, eu sei que não foi uma cantada. Eu fingi que não ouvi e continuei blábláblá...”
Ela falava: eu vi a cara que ele te olhou. E eu feliz da vida. Daí ela falava: não adianta eu te falar essas coisas, eu não sei o que ele sente quando ele te olha e eu não posso te dar uma interpretação minha. Porque tu vai acreditar. E acreditar em palavras falsas só te machucará. E desolada da vida. E até que um belo dia, ao olhar pra ele e não senti mais nada. Foi um degrade de sentimentos. No início era vermelho e rapidamente se tornou cinza e foi cinzentando até ficar clarinho, clarinho. Até não existir mais.
Minha tartaruga tinha rolado escada abaixo, pela segunda vez nessa semana. Eu fui buscar ela lá embaixo e vi que ela tava sangrando. E eu comecei a chorar convulsivamente e a tremer, e aquele sangue no chão e escorrendo pelo casco, e eu subindo as escadas, desviando do cachorro que corria por ver que eu estava chorando, e eu não sabia o número do telefone da minha mãe e eu não conseguia falar porque estava chorando, e aquele vermelho tão vivo e a carinha da minha tartaruga assustada me olhando. Minha pequena Cati.
Eu comecei mais um daqueles, sei lá o nome que e dá pra isso, mas é sem fundamento, bom, eu, futuramente, moradora de uma apertamento*, já que no momento presente e passado desde início de minha vida moro em casa, deverei falar mais baixo. Porque eu já tenho problema de audição. E se eu falar baixinho escutarei melhorzinho.
Eu acho que tenho complexo de infelicidade. Cada vez que me sinto muito feliz, confortável eu penso: ‘eu quero lembrar disso pra sempre’. E daí nesse momento eu penso em quantas vezes eu já pedi isso e que eu nunca lembro. E agora isso me deixa muito, muito, triste. E minha acumulação volta a se acumular.
E agora tu me olhas com essa cara de: ‘VIU COMO EU TINHA RAZÃO? VIU COMO TU MENTES EM ACOBERTAR ELA? VIU?’. E eu te olho e me finjo de boba. Eu também sei que ele perdeu mais uma oportunidade. Acho que uma ajuda é bem-vinda, mas se eu não te deixar errar tu nunca aprenderás. Não existo mais, tua vida é problema teu.
É uma leveza, uma liberdade tão gostosa que se eu dormir será como me enjaularem. Sensação de que se pode tudo é difícil de sentir. De que há perdão para tudo e para todos. E que o mundo é o melhor lugar para se viver. E que viver é o melhor que poderia me acontecer e lembrar que existem todos vocês me faz querer voar e nunca mais desistir disso tudo.
Não quero escrever sobre tua vida, mas tem tanta coisa acontecendo que me faz pensar em ti. O namoro dos dois, como assim? Eu tinha esperança no amor quando olhava para eles juntos, e terminou. E minha preocupação em relação ao que tu vai fazer agora, pra onde tu vai, se o cara ta mal mesmo, se a pequeninha ta bem. E cada vez que eu retrocedo a memória só tenho risadas para dar. Toda a raiva se esvai. Penso que já fui tão feliz contigo, não sei se é mais um tipo de amor que sinto, já que classifico tudo na minha vida, pode ser só carinho...
Finalmente encontrei a palavra: esse ano eu colei feito uma dissimulada! Dissimulada, sim. E eu agradeço ao menino nerd com cara de papagaio da outra turma que está namorando com a menina ruiva feia no ano anterior. Não que eu não tenha me assustado quando vi ele fazendo a prova de recuperação de português. Nerds não pegam recuperação.
Eu prefiro ler textos escritos por mulheres a homens. E eu achava que saberia identificar fácil o sexo de um texto. Até pegar um livro, semana passada, escrito por uma mulher e achar um estilo masculino nas palavras. Eu parei de lê-lo na página 15. Eu também prefiro futebol de campo a futebol de salão. Não que isso tenha muito nexo. Mas agora estou lendo os posts de um ex-colega da minha irmã. Eu tive certo preconceito no início, mas o cara é bizarro; a única coisa que está me irritando é que ele acentua as palavras de forma errada, tipo: ví, reconhcí, sentí. A menos que ele faça isso de propósito, e é o que eu acho que é, porque ele é inteligente. Do tipo nerd, talvez. Que não pega recuperação.
Eu quero escrever isso porque eu acho que eu esquecerei num futuro distante. Eu fiz dois anos de Ballet clássico, e um ano de Desenho e Pintura, na Escola de Belas Artes Oswaldo Engel. Eu não sei quantos anos de natação eu fiz na Academia Boa Forma. E também não sei quantos anos eu fiz de Patinação, na URI. Eu já fiz cursos de datilografia, Photoshop, e eu tenho sete furos na orelha, e uma tatuagem. Fui eu que pintei a parede do meu quarto, e que os desenhos são feitos de tinta guache. Ah, e eu também fiz Kumon por três anos. Eu faço uma tortinha de ricota muito boa, e a primeira vez que eu cozinhei, sozinha, arroz, foi na semana passada.
Eu sonhei com várias coisas e fui procurar o significado delas no livro dos sonhos. Resolvi anotar os grupos e as dezenas de cada palavra e seis números, certinhos, coincidiram. Resolvi que iria jogar na Mega-sena. Acumulada em 2 milhões de reais. Eu não ganhei óbvio. (14/11 - Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 1126 da Mega-Sena. Os números sorteados neste sábado foram: 04 - 31 - 42 - 52 - 57 -59. Segundo a Caixa Econômica Federal, o sorteio de quarta pode pagar R$ 5 milhões.). Não revelarei meus números porque eu apostei de novo eles pra ganhar os R$ 5 milhões. Eu os jogarei pro resto da minha vida, até ganhar. (eu não ganhei porra de cinco milhões nenhuma).

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