segunda-feira, novembro 23, 2009

Devaneios parte VIII

Ele descobriu que eu falo. E que eu não sou a garotinha que ele sempre achou que eu fosse.
Eu to começando a chorar cada vez que penso que vou embora. E eu não tenho nem dezessete anos.
Sabe quando se fecha os olhos e lembra-se de algo bom que aconteceu? Eu fecho meus olhos e lembro de coisas que não aconteceram. E que provavelmente não aconteceram.
Tu faz sentir-me especial. Tu sim. E são essas as pessoas que devemos considerar especiais também. Brigada.
Elas ficam se jogando uma contra as outras; como se amizade fosse rebatimento de bola no volleyball.
A Ana sempre era o café-com-leite. Eu lá sabia o que era ser café-com-leite. Só sabia que ela nem pegava, nem corria, nem se escondia; ela ficava lá, só olhando os outros brincarem. Hoje, estudando a República do Café-com-leite eu sei.
Eu sou daquelas que põem no micro 2:59 ao invés de 3:00, e que fica na frente do bafo quando se abre a portinha e que queima a mão quando tira a comida de dentro. Curso?
Há pessoas que me sinto bem conversando sobre certos assuntos. Outros assuntos, já com outras pessoas; e há pessoas que eu não me sinto bem só de olhar a cara, quanto mais falar.
Algumas coisas voltam à tona várias vezes em um curto espaço de tempo.
Eu tirei a etiqueta da blusa. Cia Hering – Hecho em Brasil. Uruguay, Paraguay, Venezuela, Argentina – exportadora de la Patagonia. Instructions = *do not blanch.
Era aula de matemática. Eu olhei pro lado e vi a Carol. Descobri que estava com a mesma cara que ela: ÃHM?!
Minha prima tava lá no outro banco. Sempre está no outro banco. Eu sempre chamo ela. Eu acho ela e fico olhando. Ela sempre retribui o meu olhar. Máximo dois segundos e ela me olha também. Daí eu chamo ela. Pensamento forte.
Diria Woody Allen: insatisfação crônica. Digo eu: constante busca por algo que há possibilidade de não existir.
Algo está te irritando. Incomoda, importuna. Te dá uma gana. AH. Então tu descobre o que é essa coisa. Você quer dar fim nela, sumir dali. Gritar: PARA!
Não é que ele não gosta de mim. Ele me odeia. Eu tenho uma breve idéia sobre isso.
Eu gostaria de ter toda a confiança e segurança que a Stéfani do cross fox tem em afirmar: SOU LINDA, ABSOLUTA. Mas não tenho. Nem o cross fox.
Eu te amo e realmente não importa o que tu faça eu vou continuar te amando que nem uma idiota. E essas declarações não valem de nada, pô meu, te mexe.
Eu não tenho nada pra te cobrar, e até me tornei chata. Então vamos combinar o seguinte: tu não fala o que não pode cumprir e eu não te encho o saco. Satisfeito?
Minha câmera é muito ruim. Ela está entre as piores que ainda funcionam. O foco é horrível, o iso também, e o macro nem se fala; mas pra tirar foto das minhas estrias ela serve.
Talvez tenham confundido por eu ser muito simpática com quem eu gosto e simplesmente não falar com que eu não gosto. Essa simpatia assusta.
Pessoas muito cheias de si acabam sobrando. Não sei, mas sempre tive essa idéia de quem se acha demais, de que tudo o que é excesso é ruim...
Eu não me dou bem com grampeadores. Lembre-se disso.
Eu vi aquele morcego do batman desenhado no tornozelo dela, e eu não acreditei. Todos dizem que a minha tattoo é um morcego e eis que a menina tinha um morcego.
Eu não odeio ele, não consigo. Só queria que ele não me odiasse..
Fazia algum tempo, tinha parado com a compulsão de escrever. Quantas vezes repetirei o que disse Cazuza? “O dia-a-dia não é poético.” E que saudade de Clarice.
Nunca estará completamente limpa. Em todos os sentidos.
As palavras tem um impacto sonoro grandioso. São diferentes de pensamentos. A palavra dita soa concretização. Soa muito mais forte.
Eu escrevendo de lapiseira. Onde estão minhas canetas? Onde está minha Bic preta?
Como diz Luana Piovani: é difícil de agradar a gregos e baianos. (ou ela falou troianos?)
Eu não vou falar nada de nada porque simplesmente não adianta. Não vai adiantar. E se for pra julgar e fazer igual não faça de meus ouvidos despejo.
Observem quantas frases começam com a palavra EU, EU, EU, EU...
A ervilha me incomodava, mas juro que a mosca é pior.
Estou aqui na atividade. Ansiando a vida. Matando uma mosca com o inseticida. Esperando ela se intoxicar com um veneno que não me atinge.
Agora que matei a mosca, parece que seu zumbido ainda está sobre mim.
Eu sou daquelas que corre pra pegar a câmara quando vê o arco-íris. Que vai à janela todo fim de tarde para admirar o pôr-do-sol. Que grita para todos ouvirem quando a lua está linda, cheia. Sorri ao ver um avião. E olha pra cima cada vez que passa pela tua rua.
Gosto e comprar borrachas. Estranho né.
Se eu não me agarrar na certeza que em algum dia, em algum espaço de tempo tu serás meu, mesmo que por um instante, minha loucura subirá a níveis insuportáveis. Por enquanto finjo que está tudo bem.

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