sexta-feira, janeiro 29, 2010

Sail me on a silver sun, where I know that I am free

Eu queria ficar me jogando contra a parede. Várias e várias tentativas. Que eu acho mesmo que eu não merecia tudo isso. Que apesar de os edredons serem os mesmos, de o travesseiro ser o mesmo, e o meu sentimento repulsivo contra mim mesma, o quarto não seria mesmo. A situação não seria a mesma. Eu não estaria num ambiente conhecido. Não estaria tão segura quanto me sentia. Não teria a mesma proteção que apesar de ser ausente, estava ali. Aqui? Vulnerável. Suscetível. Muito suscetível a ficar me jogando na parede. Esperando, imaginando, desejando que deus me pegasse pelos pulsos e me levasse embora. Eu sem fazer a menor força. Nem olhando pra trás. Mas ele não quer. Já me disse que não. E eu já argumentei que eu não quero mais isso. Ele não me diz por que nem o que virá. Eu tenho que ficar aqui. Se eu soubesse que sofreria tanto eu não teria usado o cinto de segurança naquela tarde. Ou naquela noite. Eu não teria ligado pra ninguém. Eu teria me atirado embaixo do primeiro carro, quando eu era ainda pequeninha, quando eu não tinha nada. Agora eu tenho a responsabilidade ser consciente. Ninguém entende os. Os lúcidos, os senis. E eu respirando. Sem saber o que fazer comas mãos. Com os ouvidos que não querem ouvir mais nada. Com as pernas. Com o corpo que não está libertado. Nenhuma parede e todas as paredes. Força, tu é a minha bruninha.

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