segunda-feira, janeiro 17, 2011

Devaneios parte XXIII

Ando muito comedida. Cansei.
Sei que tu não escutas metade do que eu falo. Mas pelo menos eu falo. Tiro isso de dentro de mim.
A primeira pergunta seria essa: Tu não tens muito pudor, né? Não, quase nada.
Há músicas que eu nunca escutei. Todas elas lembram você. Mistura de expectativa com conforto. Talvez.
Já que ninguém me diz isso eu escrevo aqui. Meus olhos contra a luz ficam aquosos como chá mate.
Todas as férias de verão eu viajo. Nessas férias eu viajei pro lugar errado.
Se eu casasse com o Marcello, na nossa casa não teria pente de cabelo.
‘durante muito tempo isso foi tudo o que eu queria ter...’
O problema de fotografar o amado cachorrinho da família é que todas as fotos irão ficar gracinha. Por amor. Não por senso crítico.
Existe cirurgia pra redução de bochecha?
A Kita parece que adivinha quando eu acerto o foco porque é justo nessa hora que ela se mexe.
Adoro esse gente que faz aula de power jump como se tivesse na cama elástica do parque. Uma dica: empurre o calcanhar pra baixo se não, não adianta nada.
Eu só não falo mais besteira porque às vezes respiro.
Santo Antoninho Santo Antoninho, me ajuda a achar o namorado que eu perdi no caminho.
Eu tenho três números de celular e dois residenciais. Não. Não atendo a nenhum.
Eu sabia que não tinha dado cabo no meu livrinho de oração da catequese. CADÊ SANTO ANTÔNIO?
“Eu me sinto chamado ao casamento; por isto, Sto Antônio, ajude-me a encontrar um namorado bom, amável, sério e sincero, que tenha os mesmos sentimentos de afeto que eu sinto.”
‘Dias de sol só com você, com direito há horas a mais, e rimas iguais como eu e você’. Canto porque acho bonito. Porque sentido não faz nenhum em minha vida.
Vontade de chorar é como uma mola presa querendo impulsionar algo lá dentro. De repente a mola desprende. Começa com choro e termina em morte.
Os momentos em que meu coração bate demais são os que eu mais quero que ele pare de uma vez.
É uma sexta-feira à noite em Erechim. Mas parece segunda-feira de manhã.
Gosto daquilo que tem historia por trás. Sentimento. Que passe algo a mais que só o belo. Flores são bonitas. Não estou satisfeita com meu trabalho.
Vem me enaltecer.
Me importo mais com o lado técnico e esqueço do prazer, da diversão, do que eu realmente gosto. É bem mais simples sem esse lado.
Não tenho mais inspiração pra escrever, pra fotografar, nem pra me arrumar. E estou conseguindo ser ainda mais chata.
Vontade de chorar é enorme. Mas não tenho disposição nem lágrimas.
Não é bom ir embora e voltar. Precisa ir, ir e continuar indo. Esse retrocesso destrói aos poucos. Atrasa.
Não tenho paisagens, tenho detalhes.
Falei que iria viver em coma alcoólico. Na verdade eu tô é virando uma alcoólatra.
Tá na hora de levar uns cascudos se AINDA não aprendeu a dividir com o irmãozinho.
Do que vai me inundar quando te ver? Fogo?
Meu carma é ter sempre quem amo longe de mim.
O que eu tô fazendo? Tocando a vida. Sendo palhaça e me fazendo de burra. Serve?
Eles estão vivendo enquanto tu suga a vida deles pela tela desse computador.
Estou esquecendo umas coisas tão banais. Eu estou esquecendo de viver.
É como se tu acompanhasse meu pensamento.
Cada vez que eu acordo é uma porrada. Eu ainda tô viva.
Eu não to me isolando de nada com isso. Só to ficando surda.
Eu não digo nem ‘tô com saudades’ quando não tô, dirá um ‘eu te amo’. Se esse ‘eu te amo’ valesse alguma coisa ainda...
Não, eu não perdoo.
Eu queria estar patinando no gelo. Bastante frio. E alguns raios de um tímido sol refletindo a pista.
Não tenho em interesse em você nem no que você tem pra falar. Seja breve assim como a minha paciência.
Sim, eu me acho a justiceira. Mas não entraremos em detalhes.
Meus momentos de felicidade são imaginários. Nos reais eu estou morta.
É aquele cheiro de pastel frito de queijo, sopa e cerveja.
Minha letra muda totalmente conforme o que sinto. Identifica-se claramente o amor, a raiva, a melancolia, o cansaço...
Se eu desenhar passa? Quantas vezes eu já escrevi teu nome no papel, rasguei, amassei, taquei fogo e joguei fora? Me conta outra. Essa só funciona com pesadelo de criança. Não com relacionamento embaçado de mulher mal amada.
Eu desconfiava. No fundo eu sabia. Quase certeza. Mas a confirmação veio como uma bomba. O absoluto de alguma forma, também dói. 
O que me deixa ainda com um restinho de vida é que há outros.
Eu poderia ter ido à trilha ecológica. Mas eu apenas dormi com as pernas descobertas. Salve para os mosquitos.
A partir de agora você não faz mais parte de meus escritos. O assunto foi separado.
‘Volta logo pra Erechim ou eu vou pra BC.’
Se eu escrever a lápis bem rápido ‘bruna’ fica parecido com ‘burra’. Chegou a hora e alterar a certidão de nascimento.
Marcello diz que sou de extrema esquerda. Não gosto nem concordo com nada. Totalmente radical. Imagine se não fosse meu amigo o que diria.
REBULIÇOS.
Lembrei do quanto gosto de ler Érico Veríssimo. Olhais os lírios do campo, O tempo e o vento, O continente. Que lindo!!!
“Falar sobre um problema necessariamente não o soluciona. Experimente falar sobre um furacão pra ver se ele passa.” Praticamente meu lema de vida. 

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