sábado, janeiro 31, 2009

hojeéseilá

Quase raiva
Sempre depois do meu amor veio a raiva. A raiva de não ter sido amada com a mesma intensidade, ou pior, de nem sido amada. Amor? Nunca saberei se me apaixonei e desapaixonei. Se só gostei e desgostei. Mas se for só a raiva que me cura, que seja só ela. A raiva passa, o ressentimento pode até continuar. Mas a indiferença é triunfante. É a parte que me liberto e consigo respirar sem o maldito peso que fica ao redor do meu coração, que quando lembro aperta, aperta e me deixa ser ar. Sem a vida que eu preciso. A raiva é minha locomotiva. E eu não tenho outro nome para o que eu sinto, mas só o que se assemelha.

Pouco e nada, sim e não
Eu tenho tanto escrito quanto falado demais duas palavras:
Demais e tanto.
É sempre: pressa demais. Tanto tempo perdido.
Tanto pra entender. Coisas demais.
Ai, cansei!
Pouco. Nada.
Pouco me deixa chateada. Nada me atrapalha.
Pouco surto. Nada é ruim.
Colocamos em prática.
Naaaaaadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Não, sim, sim, sim, sim, sim, sim. Eu sempre quis contar quantas vezes eu falei ‘não’ no dia. Mas não dá. Eu esqueço. E eu começo o dia logo dizendo ‘não’:
-Bruna, acorda, tu vai se atrasar.
-Não.
-Bruna, não vai tomar café?
-Não. To atrasada.
-Bruna, estudou pra prova?
-Não. Tem prova hoje..?
-Bruna, quer feijão?
-Não. Hoje não.
-Bruna, vai no kumon?... Então lava a louça.
-Nãããão. Nãããããããããão.
-Me diz um sim alguma vez, que saco! eu sempre dô tudo pra ti e sempre recebo não não e não como resposta!
-Sim.
Diálogos que eu sempre tenho com minha mãe. Sim, mãe. Hoje eu vou no kumon, hoje eu lavo a louça, hoje eu acordo quando o despertador tocar, hoje eu como feijão. Hoje tudo sim. Amanhã volta tudo ao normal. Sim?
-Não.




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