sábado, fevereiro 28, 2009

Importante? Negociante?

Tinha tudo pra dar certo. E deu errado. Queria poder dizer o contrário. Talvez até fosse o contrário. Mas eu errei. E tu sabe que o erro foi meu. Tu me julga por isso. E eu só posso lamentar. Desculpas... É, já pedi... Tantas e repetitivas vezes. Servi de capacho, trouxa, palhaça, chata, fiquei sem chão umas dez vezes, fiquei sem o que dizer mais 20 vezes e sem como agir umas outras 30 vezes. E fui humilhada e até me humilhei. Fiz coisas que eu sempre desprezei, que sempre ri quando não era comigo. Fez o que quis, do jeito que quis – ou do jeito que sempre é – e eu só fiquei olhando. Querendo algo mais, e só querendo. Não conseguia, até agora não consigo e me sinto ruim por isso. Mas talvez eu goste mesmo de sofrer. Gosto de me sentir algo menos que a poeirinha que se esconde debaixo do tapete vomitado do buteco da esquina. Outra coisa que eu jurei tanto quanto nunca me humilhar foi sentir pena de mim mesmo. E isso eu vou conseguir cumprir. E tenho que conseguir olhar para outro lado. Eu não posso continuar bitolada. Eu preciso de novo me libertar.
Já era
Nunca sabemos ao certo quando deixamos de ser importantes.
É triste perceber que quem tanto me importa não olha por mim, apenas me vê. Não altera em nada sua lista de prioridades quando preciso de socorro, atenção. Apenas (depois, sempre depois) desculpa-se.
(...) é péssimo notar que sou pouco para quem é muito pra mim.
(...) Não me abraça quando faltam palavras, não me afaga quando elas não bastam. Sei que aquela pessoa, tal qual a recordo, existiu, só não sei em que ponto deixou de ser real para se tornar um holograma da minha mente. Uma suspeita de surto: será que me enganei desse jeito? Talvez não tenha me enganado, apenas o tempo nos tenha tornado diferentes demais e já não andemos na mesma direção.
Talvez. (...)
Me mostre que eu posso contar com você, não me diga isso.
Talvez percamos o sentido de existir na vida de algumas pessoas, por mais importantes que tenhamos sido (ou que supomos ter sido). Nossa permanência torna-se oca de significado. Desbota. Gradualmente, sumimos. E não há nada de errado nisso. De triste, sim (todo fim é triste), mas não de errado: não dá para exigir ser amado. Errado é mantermos à nossa volta, atrelados a nós por compulsão ou necessidade de companhia, quem não tem mais nada a nos oferecer. Para quem oferecemos tão pouco.
Quantos sinais são necessários até compreendermos que já não nos importamos com alguém?
'Ailin Aleixo

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