domingo, março 08, 2009

Me livrando disso

Quando começou Amado, da Vanessa da Mata, pareceu que a música foi feita pra mim. E eu cantei sofrendo, gritando, quase chorando. E eu percebi o quão ridícula a situação era. O quão ridícula eu era fazendo aquela cena lamentável. Parei de cantar, de prestar atenção na música e ri. Ri da música, da Vanessa da Mata, ti de mim, ri de ti. Não vi mais sentido naquilo e achei que tinha dado um passo pra minha libertação. Mas cada vez eu levo um soco no estômago.
(não levo maaaaais, nem um, nem dois nem três!)
Os dias enfileirados
Há dias que meu corpo não serve nem pra minha’lma.
Há dias que minhas unhas me rasgam, a tatuagem coça, os brincos perfuram e meu cabelo pesa.
Há dias que a única necessidade era não existir.

Agora já é tarde para eu ser limpa
Agora já é tarde para eu ser limpa.
Desenhos sob a pele até a morte, buracos cicatrizados, unhas vermelho-sangue, noites inteiras apagadas da memória, noites em plena escuridão, provando veneno, olhos fundos, pintados de preto, são negros, mas serenos. Mente a mil, mente vaga.
Agora é irreversível. As marcas ficaram.

Sem título
Te feriram. Meu coração anseia por querer te ver bem. Talvez seja muito poético, mas é exatamente com essas palavras que me expresso agora. Minha dor foi amarga. De traição. A tua, é a mesma.

Aprove-se Bruna
Quando não escrevo me sinto improdutiva, mas não só quando não escrevo. Tenho que aceitar que meus dias aqui se passam assim. Que tenho que ver que ter terminado um livro foi algo bom. Que ter feito colagens foi bom. Que ter dito pra minha mãe eu te amo e ter sorriso pro meu pai, já valeu o dia.

Sem título
Hoje eu gritei. No mais alto da minha expressividade. Foi como se fosse saindo pela minha voz com agudos e graves e confusos. A raiva, a angústia, o medo, a dor e todos os outros sentimentos sem nome. Eu podia gritar. E foi o que eu fiz. Quando não suportei mais.
Quando senti a necessidade grande demais. Sempre mais, mais, mais. Querer mais que poder ter.

No espelho
Sinto que nunca passo aos outros o que realmente sou. Minha imagem se distorce. Acho que se gosta de alguém conversando com esse alguém. Mas não há tempo para isso. Portanto continuarei a ser tachada de antipática, mal comida e mal amada. Exceto o primeiro, os outros eu nego.

Dias para ressaca
Sempre preferi festas numa sexta-feira à noite à num sábado. Simples: sendo sexta a festa, o sábado fica de ressaca e ainda tem o domingo, que é o substituto do sábado sem voia, e consequentemente numa ilusão da minha cabeça, o domingo deixa de existir, OBA. Agora, já sendo a festa num sábado, perde-se a tarde de sábado de descanso para organizações em geral, já que o domingo será de ressaca. E em dia de ressaca nada do que se faz é produtivo. E se tem uma coisa pior que um domingo horrível, é um domingohorrívelderessaca. E não somente a etílica. A ressaca moral também.Não esperem de vocês mesmos menos do que já fizeram até hoje.

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