domingo, março 22, 2009

Não lembro um título

Minhas canetas não escrevem mais, todas tinham carga. Troquei pelo lápis. Se quebrar a ponta, levarei pro lado pessoal.
A vermelha que sempre escreveu acabou com 4cm ainda de tinta. A rosa não sei. A azul clara tem toda tinta ainda – e escrevia – falhou. Por que não escreve mais?
Assim como tenho prazer em abrir embalagens novas e envelopes lacrados tenho prazer em jogar coisas velhas ou estragadas fora.
Guarda tudo o quanto é porcaria. Caixas, latas e potes, tudo inútil.
Às vezes guardo por muito tempo e como vejo que não serviu durante isso quero jogar fora. Quero mas não consigo me desfazer. Aí estrago de propósito e tenho um motivo para jogar fora. Canetas são aquilo que eu tenho mais paixão por jogar fora. Mas só quando elas não escrevem mais mesmo.
Nesses dias fui fazer limpeza nos porta-lápis e ao pegar uma caneta hesitei. É uma de plástico azul, dobrável que só a tampa é dura. Estava ainda ali, já que tanto tempo não funcionava porque... Porque é um ‘símbolo’ de uma amizade que eu perdi. Quis perder. Que eu amava e insultei. Perdi e sinto falta. Mas entendo que foi o destino, que era pra acontecer isso. Bom, a caneta continua lá no porta-lápis, eu não tive coragem de por fora. Será que a minha amizade também tem ainda essa caneta, igual a minha?
29 de junho de dois mil e oito a meia noite e nove.

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável sutil recreio...
Mário Quintana

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